O mundo nunca esteve tão conectado. Como consequência, surgiram os efeitos da exposição excessiva às telas e celulares. Sabe-se que a luz azul – HEV – pode ser prejudicial à saúde. Mas ainda não se tem ideia da dimensão dessa rotina hiper-conectada.
Um estudo realizado pela Universidade Brasil prova que a alta incidência de luz azul provoca alterações bioquímicas na pele. A partir dos resultados descritos, é possível constatar que o dano aumenta conforme o tempo de exposição à luz azul, semelhante à luz solar.
A pesquisa utilizou para a análise a técnica Espectroscopia Raman, que não é invasiva. Na literatura médica, os efeitos da luz azul sobre a pele e suas consequências clínicas, tais como o fotoenvelhecimento, já são conhecidos. Essa radiação, aliás, é a primeira cor no espectro da luz visível (como o nome sugere, é todo tipo de luz que podemos ver a olho nu) e está presente nos raios solares, lâmpadas e nos LEDs dos dispositivos eletrônicos. Por isso, a exposição excessiva a ela se mostra como um fator de risco para diversas doenças na pele. Pode-se citar o melanoma, as manchas, os nevos pigmentados (verrugas, pintas, manchas de nascença), entre outras lesões.
Os cientistas alertam, porém, que apesar do método ser eficaz, ainda são necessários estudos adicionais para comprovar a extensão de danos possivelmente provocados à saúde.
A luz azul também é utilizada para tratamentos de pele
Na verdade, o estudo parece comprovar a máxima que diz que “tudo em excesso pode ser prejudicial”. Uma pesquisa recente realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), com levantamento do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada, mostra que o Brasil tem 440 milhões de dispositivos digitais (computadores, notebooks, tablets e smartphones) em uso. Isso dá uma média de dois aparelhos – entre celulares e computadores – por habitante.
Já um relatório realizado pelo Data Reportal, concluiu que o país é o terceiro no mundo que mais usa redes sociais. Os brasileiros ficam, em média 3h42 por dia conectados, ficando atrás somente das Filipinas (4h15) e Colômbia (3h45). Imagina ficar diariamente exposto à luz solar durante esse mesmo tempo? Os malefícios, certamente, seriam grandes.
A luz azul apresenta benefícios – em sua forma natural, nosso corpo utiliza a luz azul do sol para controlar o ritmo circadiano, ajudando a regular os ciclos de sono e o despertar do organismo. Alguns estudos sugerem que a luz azul pode acelerar o envelhecimento da pele e alterar sua pigmentação, uma vez que penetra em todas as camadas da pele.
Exposição à luz azul pode agir para o bem e para o mal
Mas assim como pode prejudicar a pele, a HEV também pode ser usada para tratá-la. Prova disso é que cientistas da Uniararas concluíram em pesquisa que a utilização da luz como forma de terapia poderia ajudar a clarear melasmas com a utilização de técnicas de fototerapias não invasivas, que não promovem dano, não necessitam tempo de recuperação, não tem restrição quanto ao tipo de pele, podem ser usados em qualquer época do ano e aplicados também em outros casos. No entanto, vale ressaltar que o estudo foi realizado com exposição de luz azul extremamente controlada e não se tentar tal tratamento por conta própria, pois o melasma é multifatorial e pode piorar muito com a exposição a luz, calor e a fatores inflamatórios.
A luz azul pode, ainda, ser usada na cromoterapia em estética facial e corporal como restauradora celular para queimaduras na pele, cicatrizante e recuperação de áreas extremamente ressecadas.
Já para os olhos, a luz azul emitida por telas e celulares pode ser bastante prejudicial. Os comprimentos de onda dessa radiação oscilam de forma mais frequente, produzindo brilho, que pode reduzir o contraste visual e afetar a nitidez. Essa pode ser uma das razões para dor de cabeça, fadiga ocular, mental e física após longos períodos em frente à tela do computador.